meio perdi
sem nada, aparente, para fazer
vou a minha janela
olho o muro azul com manchas pretas
com galhos da mangueira do vizinho
mostrando suas folhas verdes vivas
e ao fundo, lá no céu azul acinzentado
lá em cima, com nuvens espaçadas
que revelam a chuva que passou
vejo, espantadamente, uma pipa
vermelha com sua rabiola esvoaçante
subindo e subindo
livre
e começo a me imaginar
alçando voo
me vejo do lado dela
livre, voando, solto
a cauda, majestosa, ao meu lado
e surge outra vindo, tímida, ganhando o céu
e se juntando a nós
para baixo tudo se torna microscópico
pequeno
pessoas, casas, problemas
tudo fica distante
supérfluo
e as pipas continuam livres, vermelhas, felizes
e eu as observando, sonhando
e desejando ser algum dia pipa
pipa vermelhas intensa, livre e majestosa
Leonardo X. Gonçalves
Gostei da sua afinidade poética!
ResponderExcluirLegal!
Beijos
...pipas amarelas, vermelhas, brancas, azuis...
ResponderExcluir...dão o colorido no azul celeste...
...amarela, vermelhas, brancas, azuis, são elas, as pipas...
...e assim, bailando ao sabor das leves lufadas do alto, no infinito vão fazendo a diferença...
...e é assim...são as diferenças que dão cor e embelezam a vida!