terça-feira, 9 de junho de 2020

Bolhas

Caminhando no retorno do trabalho
Burburinho, grito, panela
FOOOORRAAAAAAA
FOOOORRAAAAAAA
Grito, panela
Vão ecoando pelas ruas quase desertas 

Ao redor rostos cobertos 
Grande maioria escondidos
Escondendo os medos, os desgostos 

FOOORRAAAAAAA
FOOORRAAAAAAA

Do outro lado da calçada 
FICA QUIETOOOOOO
PULA
Grupo, em roda, podre
Podre de espírito
De humanismo

FOOORRAAAAAAA
Gritos, panelas
Ecoam de janelas, sacadas
Das novas prisões necessárias 
Pelo bem do coletivo

Trancados nas bolhas
Muitas bolhas
Bolhas 

Bolha de revolta
Bolha de empatia 
Bolha de ignorância 
Bolha de morte
Bolha esquerda
Bolha direita
Bolha velada
Bolhas escancaradas
Bolha, bolha e mais bolha

Bolha que sobe
Bolha que cai
Bolha que se junta
Bolha estourada

Grito, panela e bolha

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Bipe Bipe

Conversa vai, conversa vem
Pega o ticket do estacionamento
A cancela sobe
Procura a aquela vaguinha
Pertinho da entrada

Conversa vai, conversa vem
Ali, bem pertinho
Alinha
Estaciona

Conversa vai, conversa vem
Sobe os vidros
Desce

Anda, conversa vai, conversa vem
Bipe Bipe, tranca o carro

Entanto isso
Ligeiramente perto
O pai tira o filho do carrinho

Conversa vai, conversa vem
A chave rola na mão e
Bipe bipe
Espontaneamente
CARAAAALHO

Silêncio, silêncio
O pai assusta
Bipe bipe
Desculpa moço, vem do meu lado
O pai começa a rir

Que foi?
O moço assustou e riu
Tô precisando de férias
É, esta precisando

Fomos seguindo
Conversa vai, conversa vem

Quando o amor aparece

Quando estamos em uma bad
Relações que acabaram
Dias ficam cinza triste

Aí vem aquela luz, um raio de sol
Que te ilumina o caminho
Bombardei o peito
Acelera coração
Alegria simplesmente

Apareceu
Trouxe a cadência da vida boa
Ao seu lugar

Parar e pensa em você
Rir com você
Viver com você

Amor que o universo me apresentou
Felicidade de te ter

Amo que não cabe em mim
Obrigado

terça-feira, 28 de maio de 2019

Os porquês?

EntãoVocê é viado?
Nãããão, com a voz trêmula
Tem certeza?
Sim, rápido e engolido
Porque se não, termina os estudos (ensino médio) e some e nunca mais queremos saber de você.
Eu já disse, não, secando as lágrima e escorriam muitas
Então, te amo
Então....
Passaram os anos apáticos
Chega o canudo
Alça voos distantes sem olhar para trás
Evoluiu
Apagou esqueceu
Então, eu te amo
Agora um espírito livre
Mendiga um sentimento
Assassinado a tempos atrás
Aliviado
Sem culpa
Livre

domingo, 19 de agosto de 2012

goodbye?

final da manhã, no visor do celular
você quer conversar
coração já fica apertado
e ao ouvir a sua voz, lágrimas correm 
inconscientemente

sua voz calma e tímida
anuncia o temor
diz que não é para eu ficar triste
impossível! mas minto
-Tentarei
a ligação encerra
e meu coração, aos cacos
se torna

planos planejados
fogem aos dedos 
junto com as lágrimas

você me disse que não era o fim
ainda
somente um tempo
mas meu coração
agora, choroso e em pedaços
sinaliza que não será

apertadinho, fico na espera
e oro pra que só seja um pesadelo

Leonardo Xavier






sexta-feira, 2 de março de 2012

CONTATO IMEDIATO


Peço por favor
Se alguém de longe me escutar
Que venha aqui pra me buscar
Me leve para passear
No seu disco voador
Como um enorme carrossel
Atravessando o azul do céu
Até pousar no meu quintal
Se o pensamento duvidar
Todos os meus poros vão dizer
Estou pronto para embarcar
Sem me preocupar e sem temer
Vem me levar
Para um lugar
Longe daqui
Livre para navegar
No espaço sideral
Porque sei que sou
Semelhante de você
Diferente de você
Passageiro de você
À espera de você
No seu balão de são joão
Que caia bem na minha mão
Ou numa pipa de papel
Me leve para além do céu
Se o coração disparar
Quando eu levantar os pés do chão
A imensidão vai me abraçar
E acalmar a minha pulsação
Longe de mim
Solto no ar
Dentro do amor
Livre para navegar
Indo para onde for
O seu disco voador
(ARNALDO ANTUNES)

Para ressuscitar depois de uma pequena temporada de pobreza criativa. 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

DEPRESSIVO MOMENTO

Como em um filme em branco e preto
Como no cinema mudo
Hoje, tudo passa silenciosamente por mim
Tudo passa tão desbotado e morto

O horizonte parece não existir
O objetivos futuros parecem cair por terra
A respiração, dificultosa, intensifica a solidão

Pareço estar morto
Desejo a inercia eterna dos corpos falecidos
Renego minha origem
Destruo meu passado

Solitário, triste, morto
Espero por um milagre

Leonardo Xavier