segunda-feira, 25 de outubro de 2010

sentindo-se

não sei
hoje o dia foi diferentemente igual
coisas que fiz que me surpreendi
mas tantas outras rotineiras
hoje, antes do sol castigar o chão, malhei

agora a noite, misteriosamente, limpei meu quarto
comecei a mexer nas coisas

e coisas dentro de mim, agora, mexem
mudam de lugar, metamorfosam

sinto-me leve
mesmo ainda pregado no passado
tal vez esse seja meu carma
o passado

mas enfim, hoje a leveza tomou conta e me sinto bem
muito bem

Leonardo X. Gonçalves

sábado, 16 de outubro de 2010

quero, desejo! vamos?

eu quero a intensidade da vida
quero depressão, fossa
alegria, luz

quero aproveitar a intensidade da vida
o pouco tempo que temos aqui

quero pessoas
quero ser pessoas

desejo tudo
quero tudo

quero overdose
quero loucura
quero cautela
quero quero

quero tudo
desejo tudo

intensa e completamente

quero ser eu mesmo
quero ser os outros

quero tudo
desejo tudo

vamos todos
desejar
querer
ser

vamos viver
intensamente
vamos, sempre

Leonardo X. Gonçalves

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

um minuto

em um cápsula podre
a sociedade habita
pessoas escrotas e individualistas
esquecem dos outros
o umbigo se torna o centro

vivem uma mentira
uma aparência estúpida e medíocre
escondem as verdades
e inventam outras

o olhar se voltar para os lados
somente, para destilar veneno

a evolução, assim, se torna
praticamente impossível
sinto dó, pena e asco

peço um minuto de silêncio e meditação
pela sociedade podre que somos obrigados a vivenciar
um minuto, por favor!

Leonardo X. Gonçalves

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

analogia

não sei tenho uma veia poética
ou seria artéria poética?
não, não é veia mesmo
porque como a veia
levo tudo que ruim que há em mim
exteriorizo minhas toxinas
tal qual a veia

eu veia
palavras venoso

e assim vai
como o caminho do sangue
indo para se purificar
as palavras se purificam no leitor

eu, continuo veia
você, torna-se artéria
palavras, mutam de toxinas para antídoto
ciclicamente

Leonardo X. Gonçalves

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

deserto

vejo dor
vejo sofrimento
vejo anseio

sinto tristeza
sinto falta
sinto aperto

vejo sinto vejo
sinto vejo sinto

e as lágrimas me faltam!
me falta a consagração do sentir
do ver
já tentei
já forcei
porém nenhuma gota

vejo, sinto
tento, forço
mas lágrimas não há mais
há mais nada!

Leonardo X. Gonçalves